24 outubro, 2002

A Sue colocou este texto no blog Outonos. O texto é do Felipe Ortiz e me faz refletir sobre toda a discussão política deste século. Depois de ler isso senti como se fôssemos todos animais enjaulados tentando caçar: acabamos por morder a nós mesmos. A verdade é diferente da oposta mentira.

As pessoas são maiores do que suas idéias. A mente mais habituada ao erro ainda preserva o conhecimento da Verdade como uma possibilidade, pelo simples fato de que a mentira é obrigada a recorrer a verdades (fragmentos selecionados da Verdade) para fazer-se verossímil e se afirmar, perante o próprio sujeito e perante seus interlocutores. Ora, quem é suficientemente capaz de escolher os aspectos da Verdade que dão força a seu equívoco é a fortiori capaz de apreender a Verdade inteira. Isto deveria ser suficiente para que reconhecêssemos a manifestação potencial do Absoluto também em um oponente embriagado pela própria relatividade. E nos comportássemos como convém, diante de um ícone quebrado.
É preciso discordar claramente, sem profanar. É necessário denunciar o erro à viva voz, sem causar escândalo. O oposto do erro não é a Verdade; é o erro oposto. A Verdade é o que paira acima dos erros. Isto é diabolicamente sutil.

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