26 novembro, 2003

Ele está de volta

Dois anos. Foi este o tempo que tive que esperar para revê-lo. Fomos hoje ao aeroporto sem ter a menor idéia do que iríamos encontrar, já que não via nem foto dele durante todo esse tempo.

Eu tô nervosa a semana inteira com isso! Que saudade que eu tava do meu irmão!

Fiquei pensando se ele voltaria gordão, já que morou por três anos em São Francisco. Pensei também se ele estaria com algum corte de cabelo "da moda" (meeedo disso, heheh). Que nada. O mocinho chegou magro, forte, moreno com cabelos curtos e bagunçados, e seus inseparáveis olhos verdes. Eu não tinha esquecido o quanto meu irmão é lindo, mas sempre que ele chega assim é um certo susto. Estava mesmo muito lindo.

E se não fosse a cena da maninha aqui boquiaberta por vê-lo sair no desembarque ele ia ter dificuldades de me reconhecer! "Pintou o cabelo, é?" É, Ri, muitas mudanças por aqui. Sou mocinha direita, bem casada, com emprego-quase-fixo. Pensando bem, as coisas na minha vida mudam sempre, mas ficam meio iguais.

Mudança mesmo foi ouvir os comentários dos meus pais. "Você precisa conhecer o namorado da Maninha", "Ele é boa gente, o rapaz". Que feitiço é esse, Walker? Que que você pôs na bebida do papai??? Geralmente eu ouvia "Ele não é certo pra você" ou "Esse cara é meio estranho". Mudanças... profundas! Mamãe dizendo que meu namorado é "um amorzinho"! Rapaz... muito boa essa.

É bom ver meu irmão de novo. Inteiro e hilário, cheio de novas manias. Saudades dele.

19 novembro, 2003

Maninha: Aê, cérebro. Será que dá pra largar do pé do Walker um pouquinho, pô?

cérebro: ...

coração: cê tá mesmo estressadinho, hein? Não deixa o menino em paz, que coisa!

cérebro: Eu não fiz nada de mais, só queria que ele trocasse o sapato.

Maninha: E fizesse a estante

coração: E não colocasse parmesão na comida... essa foi demais!

libido: E cuidasse do corpo... coisa que, na boa, não tá me incomodando nem um pouco.

cérebro: Ói aqui. Fazer o quê se o mocinho tá por perto quando eu estresso?

Maninha: Fazer o que??? Desse jeito quem fica estressado é ele!

coração: E aí quem sai perdendo sou eu... snif...

Maninha: Pára de descontar no Walker coisas que ele não tem nada a ver.

cérebro: hum... desculpa...

Maninha: Walker... você desculpa o meu cérebro estressado? please...

17 novembro, 2003

E chegou a TV nova

Walker: Mas porque não bota em cima da estante??

Maninha: Meu amor, uma coisa é uma TV de 93 em cima dessa estante bamba de ferro. Outra coisa é a minha TV novinha caindo daí!

Walker: Hum... ok, concordo. Mas e vamos colocar onde?

Maninha: Que tal na mesa da cozinha? A gente coloca ela na sala, com a TV em cima

Walker: Posso saber onde a gente vai comer???

Maninha: No chão, na sala...

Walker: Aff, tá bom... e coloca a estante na cozinha.

Maninha: Não! É muito apertado!

Walker: E onde eu boto a estante?

Maninha: No quarto...

Walker: Tá né...

Maninha: Tem mais uma coisinha...

Walker: Diga

Maninha: O DVD... precisa de uma mesinha embaixo pra ele.

Walker: E o que você sugere?

Maninha: O criado mudo.

Walker: O que?? Mas onde é que eu vou colocar minhas coisas??

Maninha: rs...

Walker: Na estante...

Maninha: Pode ser. É o cúmulo da improvisação, mesa e criado mudo de estante.... e a estante de criado mudo... Mas você pode deixar as coisas no criado mudo mesmo.

Walker: Não! Não vou deixar meus papéis na sala!

Maninha: ????
Hum, entendi. Tem coisas que são pra ficar no quarto e coisas que ficam na sala. E não se misturam, né?

Walker: É.

Maninha: Tá. Então você coloca o computador e o som no quarto, e o sofá vira armário, assim como a cama, a estante vira criado mudo, a gente come na mão, mas os papéis ficam no quarto! Walker, você me surpreende cada dia mais.

Walker: Na sala eles não ficam.

Maninha: hihihi... tá bom. Vamos dormir na sala hoje?



14 novembro, 2003

M. Officer da Silva Sauro

Tem coisas como estas que vejo por aí e não acredito na bestialidade do ser humano...

"Pais americanos batizam filhos com nomes de marcas famosas

Um estudo revelou que os americanos estão batizando seus filhos com nomes de marcas conhecidas, como L'Oréal, Chevrolet ou Armani.

O professor de psicologia Cleveland Evans fez a descoberta após pesquisar dados da Previdência Social dos Estados Unidos no ano 2000. Evans, que é professor da Universidade Bellevue, no Nebraska, estuda nomes de bebês há 25 anos.

O pesquisador conta que nomes de grifes estão em alta. Evans conta ter encontrado quase 300 meninas chamadas Armani, sete meninos chamados Denim e seis batizados como Timberland.

Durante sua pesquisa, ele encontrou até duas crianças em diferentes Estados, uma no Michigan e outra no Texas, chamadas ESPN, em homenagem ao canal de TV esportivo."
Lista de Natal

Toda a Mafalda
(quando eu digo TODA não me refiro ao livro grandão. Quero TODOS, do volume 1 ao 10, e também o Mafalda inédita. TUDO!)

CD Skank - Cosmotron, Beatles - Let it Be... Naked
(tá baixando o preço)

DVD Goonies, Curtindo a Vida Adoidado, Trilogia De volta para o futuro, X-men 1 e 2, Monstros S.A.
(alguém já encontrou por aí?? A trilogia eu sei que tem)

Lençóis de casal / Toalhas bem fofinhas / Um sofá / estantes / jogo de jantar
(mocinha de mudança)

Trilogia Elio Gaspari - A Ditadura Escancarada / Envergonhada / Derrotada
(Juuuro que vou ler todos!)

12 novembro, 2003

Despejo

De vez em quando o aperto constante que fica no meu peito dá uma aliviada. Mas mesmo essa aliviada parece apenas confirmar que o aperto vai voltar, e com força, talvez. Pior é que motivos são muitos, trabalho principalmente, mas saúde, morte, incerteza do futuro, tudo tem colaborado pro coração ficar quase sufocado em si mesmo.

Nesse momento estou num clima estranho, um misto de extrema felicidade com tristezinhas menores, mas que se acumulam e não me deixam plenamente feliz. Quando a gente está feliz parece que se sente meio culpado e começa a refletir tristeza dos outros em si mesmo. Isso é algo que eu tento a todo custo evitar. Sofro pelo que acontece à minha volta, mas não posso deixar que isso abale meus pilares de felicidade.
Atualizei uns links, coloquei outros, tirei mais um. Dia de faxina na casinha virtual

11 novembro, 2003

Uma das minhas filósofas preferidas

"VIDA...

Bom gente...sabe...tava pensando aqui...e descobri que não dou(realmente) valor a minha vida e tudo que eu tenho!
É isso aí mesmo! Talvez isso seja "normal"...ai ai...ABORRECÊNCIA....será?!!Quem sabe...
Bom o fato é que ultimamente estou me deparando com muitas pessoas tristes, aborrecidas enfim...de mal com a vida...pra que?
Descobri que tudo na vida tem um sentido, seja ele negativo ou positivo, temos que encarar de frente todos os desafios, e nunca desanimar!
Tudo bem vai..há coisas que nos chateiam...mas podemos dar a volta por cima, que tal pensar em momentos agradáveis?
Entre altos e baixos,assim é vida, muitas surpresas, decepções...que graça seria se tudo fosse perfeito? Absolutamente nenhuma (na minha opinião)!
A melhor coisa é conquistar! Conquistar sonhos,pessoas...
Por isso que dou muito valor áquela frase " Tudo que é bom dura tempo suficiente pra se tornar inesquecível.." É tudo não?
Se alguma coisa não deu certo é porque ainda não chegou no fim(trecho de uma música aí não sei o nome, mas eu dei uma modificada)!
Esse post é dedicado à algumas pessoas que estão passando por esse(s) "problema(s)"
Na boa gente...a vida é muito curta...portanto aproveite! De um jeito ou de outro...Be Happy"

Thaís, maninha querida, quisera eu ter tido uma amiga como você quando eu tinha 14 anos... Sorte minha ser tua cunhadinha hoje!

09 novembro, 2003

A Bela e a Fera: Bonitinho, mas ordinário

Quando a gente vê uma coisa depois que todo mundo já elogiou, o mínimo que se espera é juntar-se ao coro: "Bravo! Magnífico!"

Que nada... talvez pelo tamanho da minha expectativa o tombo do cavalo tenha sido tão grande. Na verdade eu não achei tão ruim. É um musical da Broadway, ou um Broadway-wannabe. De fato é muito próximo dos musicais de Nova York, mas essa montagem nunca passaria por lá. E não falo isso por causa do idioma.

Quando morei nos EUAs assisti a vérios musicais, alguns em NY outros itinerantes que passavam pela minha cidade. Também participei de um festival de teatro de escolas do ensino médio. Fiquei impressionada com as montagens apresentadas no festival. Apresentaram Phantom, Godspell, Into the Woods, South Pacific, West Side Story e o que eu achei muito legal, School House Rock (feito por um pessoal da minha cidade). Eram montagens lindas mesmo, alto nível.

Esta montagem de A Bela e a Fera no Brasil tá bem ali, pareio com as montagens colegiais dos americanos.

Isso é triste, principalmente quando se pensa que foram gastos 8 milhões nessa produção (e o faturamento está beeeeeeeeeeem superior a isso). O que deu pra notar de quando tentamos fazer um musical tipicamente americano é que a comparação com o que existe por lá o transforma em algo beirando o amador. Se ao menos não quiséssemos ser tão americanos...

O melhor do musical, na minha opinião foi a Fera, que transformou muitos de seus momentos em cenas cômicas, e o ator tem uma desenvoltura ótima, fugindo um pouco das marcações americanas, dando um ar mais brasileiro à montagem. A Bela deu pena. Quase raiva, depois de ver o currículo da moça. Foi criada em Los Angeles, fala inglês sem sotaque e já participou de montagens da Broadway. Mas a mim ela não convenceu... faltou interpretação. A voz estava afinada, mas muito fraca.

No final, aconteceu algo tipicamente brasileiro: um apagão. Estragou o finale.

Heheh... aí todos lembraram que estamos mesmo em Sampa.

07 novembro, 2003

Prédio da Assembléia Legislativa é esvaziado por ameaça de bomba
da Folha Online

O prédio da Assembléia Legislativa de São Paulo, que fica na avenida Pedro Álvares Cabral, em Moema (zona sul), foi esvaziado por volta das 16h40 por causa de ameaças de bomba.
De acordo com a Polícia Militar, durante a tarde foram feitos vários telefonemas para a Assembléia onde pessoas que não se identificaram informaram que haveria uma bomba escondida no prédio.
O Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), da PM, está no local. Porém, nada foi encontrado até o momento.

Maninha: Alô? Mãe???

Mãe: A-lou. Tudo bem, gatinha?

Maninha: Eu que pergunto. Soube de uma bomba na Assembléia! Tá tudo bem? Teve tumulto? Você tá bem?!?!?!?

Mãe: Taaa...

Maninha: Mas onde você tá, Mãe?!?!?!?!?

Mãe: No cabelereiro.

...

05 novembro, 2003

Pro inferno com o estilo

Eu tô pra falar disso já tem um tempo, ainda não tinha dedicado meu precioso tempo. Mas depois do que eu vi hoje no Shopping Iguatemi eu preciso gritaaaaaaarrr!!!!!

O que vimos (Eu, Gravata e colega dele):

Uma fila com 50 pessoas começando na porta do Mc Donald's e indo até a Side Walk (os membros da fila não gostavam muito de paredes e cortavam o corredor, só pra atrapalhar).

Mas pra quê a fila?

PRA TROCAR ANÉIS E TAMPINHAS DE COCA COLA POR GARRAFINHAS BREGAS

Imediatamente me lembrei de como eu arrancava os códigos de barra da Parmalat pra poder juntar 18, mais 8 reais e pegar um bichinho de pelúcia. E eu tinha vaca (minha preferida), coelho, macaco, gorila, foca, zebra, leão marinho, carneiro. Haja código de barra pra tanto bicho! Mas pooooxa (momento "perdoem meus pecados"), os bichinhos eram fofuchos... e eu tô com uma bronca danada dessas garrafinhas!

A bronca maior é com a propaganda. Uma apelação sem limite que me deixou besta de ver. Vem aquele Chorão-cagão-mijão e pára o show pra pegar no pé de um aborrecente imbecil que não tem a maldita garrafa pendurada no corpo. "Rapaaaaz, olha o estilo..." QUE BABAQUICE É AQUELA!!! Eu cresço no meio de um bando de mauricinho querendo jogar vantagem pra cima de mim com mil objetos inúteis que eles tinham. Aí depois de grande, segura de mim e satisfeita com o que tenho, eu vejo como é que esses malditos publicitários transformam adolescentes boçais em consumidores vorazes!

EEEEEU NÃO AGUENTO ISSOOOOOOOOO!!!!!

Caray, fiquei indignada, sério mesmo! Tem dois tipos de propaganda que eu odeio, as imbecis (caso explícito das pastas de dente) e as que nos tomam como imbecis, caso dessa.

Aí vejo aquela galera parada, em plena hora de almoço, gastando seus preciosos minutos numa fila enorme pra ganhar um chaveiro de plástico.

Chega. EU NÃO POSSO MAIS COM ISSO!!!!
Friends...

- E aí, Gravatz, gostou do meu cabelo vermelho?

- Hummm... mais ou menos...

Esses meus amigos sinceros...

04 novembro, 2003

Eu tava dizendo que a... a... ATCHIM!!!!

Eu e a gripe temos um caso de amor e ódio constante. Adoro espirrar, um professor meu no colegial costumava dizer que o espirro é na verdade um microorgasmo, por isso que as velhinhas do interior adoram cheirar rapé...

Mas assim já é demais, tô tendo orgasmos múltiplos desde ontem, e são violentos conforme a "densidade" do espirro.

Tô de cama há 48 horas, dá pra ter noção disso. Walker tá me mimando até não poder mais, eu quase que nem quero mais ficar boa (hihihih). Aí liguei a TV no meio da tarde... má idéia.

Caí no SBT, no meio do "Falando Francamente", apresentado por aquelazinha que não faço questão de lembrar o nome. Quem tá no programa? Br'oz. Não os meninos babacas, mas pior, o responsável pelas piores coreografias já criadas dentre as péssimas coreografias já vistas desde o axé music

Pior que isso, o tal coreógrafo estava ENSINANDO as coreografias para as meninas "fazerem bonito quando o Br'oz fosse fazer show na cidade". QUE FIM!!!!!!

Isso só me lembra a tal discussão poética rolando na casa de Lilla. Pelamor...

03 novembro, 2003

Virundum?? Ou não??

Cena: Maninha, Walker, papai e mamãe almoçando no sabadão.

Mamãe: Vocês vão sair hoje?

Maninha: Siiiiim!!! Vamos na Trash 80's!!!!

Mamãe: Que que é isso??

Maninha: É um lugar apertado, lotado de gente, com fila quilométrica na porta, sem espaço pra respirar e que toca músicas ruins dos anos 80 a noite toda!

Papai: eeee... legal...

Mamãe: E você vai junto??

Walker: Sim... se é pra vê-la feliz...

Maninha, num surto total de infância 80: EEEU TENHO A FORÇA, SOOOOU INVENCÍVEL, VAAAAMOS AMIGOS, UNIDOS VENCEREMOS A SEMENTE DO MAL, lalala lalalalalalalala, lalala lalalalalalala, HE-MAN!

Walker: Como é que é?? Semente do mal???

Maninha: Er... num é??

Walker: Claro que não! É Serpente do mal! Serpente é o castelo do Esqueleto!

Maninha: Nooooussa... eu sempre cantei semente. A semente que inicia todo o mal, tem que combater a semente de tudo...

Walker: Nãããão, é serpente! UAU!!! QUE VIRUNDUM!!!

Maninha: Sei não hein... vou ter que checar isso aí (heheheh, coisas da profissão)

Walker: Pode checar!


Pois é, Walker, chequei. Camila e Eumesma cantam "Semente do mal". Google informa que TODO MUNDO canta semente do mal. E segundo o Infância 80, o Trem da Alegria também canta semente do mal.

De quem é o virundum agora, meu amor??? heheheh
"E o que você acha da Maria Rita?"
Breno

Rapaaaz... falei sobre o CD da Maria Rita no Imprensa Marrom há um mês, mas realmente não mencionei nada aqui. A mocinha é uma coisa bem engraçada. Faz uns dez anos que vi uma matéria da Capricho dizendo que tinha uma mocinha fazendo um estágio relâmpago na revista porque ela queria ser jornalista. Essa menina era Maria Rita. Todo mundo muda de idéia na vida, poxa. Tiveram também os anos que a mocinha passou fora do país e (bom pra ela) perdeu toda historinha dos irmãos na Trama.

Anyway, digamos que a mocinha resolveu mesmo que ia seguir a profissão da família. Foi uma coisa assim, meio que "Ah, vou ser cantora lá no Brasil mesmo, que aqui num tá tão legal". Aí voltou e montou o show. Nunca vi o show. Fiquei impressionada com a crítica positiva que ela recebeu. O Supremo cheio todas as noites (ok, são 80 lugares no máximo, não é assim uma lotação tão expressiva, but still).

Aí lança CD. Gravado e mixado em cerca de um mês, julho desse ano (ai, quanta pressa, gente... nem vou dizer que Rafael Vannucci tá tentando finalizar o dele até hoje, desde 1 ano atrás). Corre pra lançar no aniversário dela, porque o marketing é legal. Lançou e não deu preferência pra veículo nenhum. Resultado foi uma "blitz" impressa, com matérias da Maria Rita em todos os jornais no dia 10 de setembro (sim, ela é virginiana). Coisa raríssima hoje em dia. Pro 509-E eu consegui capa da lustrada, mas tive que sacrificar uma capa enorme do Diário de São Paulo, que se recusou a dar a notícia com mesmo destaque que a Folha. Com Maria Rita ninguém se incomodou em dividir. E não vi até agora alguém fazer uma crítica negativa. Não nos jornais e revistas.

Bruno, até este momento eu nunca tinha ouvido nem um "sussurrar" da moça, só li a respeito dela em tudo quanto foi canto. Aí ouvi "Festa" no rádio. Não deu pra julgar muito, porque na primeira frase eu gritei pro Walker: "Pelamordedeus! É A ELIS!!!" A primeira impressão foi essa mesmo.

A segunda e a terceira, e as outras também foram. Ela é igual à mãe. Ou pelo menos tenta. E nem tanto por ela ser assim, tem uma estrutura inteira empurrando e moldando a menina, querendo ou não, pra ser como a mãe. Claro que ela cansou de ver a Elis cantando e se inspirou e tal. Mas é como disse a Sonoe outro dia: "Dá pena. Daqui a pouco ela tá cantando arrastão e jogando os braços pra cima!"

Sonoe também reparou que tudo é quase uma crueldade com ela. A voz dela é bonita, mas não é tão grave como a da mãe, só que as músicas são do mesmo estilo da Elis (nem isso ela ousou mudar), a voz dela ficou mais grave, o que dá mais semelhança ainda. Maria Rita é a mina de outro dessa família, que não tinha saído muito do zero a zero até agora. Mas ela é só uma menina, como eu, insegura, um tanto crua e sem experiência, que tem muito pra crescer, que desafina em shows. Ela é humana.

Enfim, ganhei o CD e botei pra rodar. Ouvi atentamente, analizei escolhas de composições (numa entrevista ela disse que gostou tanto das letras do Marcelo Camelo que teria posto todas dele no CD, ia virar um "Maria Rita canta Marcelo Camelo"), até que resolvi fazer o almoço enquanto ouvia. Relaxei e percebi uma coisa nisso tudo.

Percebi que tinha uma parte que eu não levei em conta diante de todo o preconceito com qual lidei ali. Maria Rita é talentosa, e seu CD, sua voz, são gostosos de ouvir. É gostoso de cantar junto, de deixar rodando no CD player. Eu tive que tirar o chapéu, eleger minhas favoritas e dizer que, mesmo com todo o preconceito enraizado, o CD me conquistou.

Tem mais uma coisa nisso tudo que eu não gosto. A escolha das músicas, do estilo Elis, fizeram esse álbum ficar velho. Você ouve e se remete diretamente à época da mãe. Mesmo as composições recentes, elas possuem os mesmos arranjos que já ouvimos antes. O CD de Maria Rita lembra sempre algo que já vimos antes. Muitas vezes algo bom, por isso ele fica gostoso, mas ela fica presa nesse passado e na imagem de sua diva mãe. Ela e a família inteira. É isso que mata.

Nossa, falei demaaaais!!! E aí, Breno, convenci?