29 agosto, 2008

Countdown for 30

29 dias

E as dúvidas existenciais começam a aparecer...

15 agosto, 2008

Contabilidade

Até agora, em Pequim, apenas dois otários - os dois na luta greco-romana - resolveram morder a p.... da medalha.

Pelo menos foi o que eu vi...

update

Maurren DANADA mordendo sua medalhinha de ouro! AAArgh!
A paixão e a frustração no esporte

Brasileiro é um povo naturalmente apaixonado. Tudo parece ser mais à flor da pele por aqui. No esporte dá pra ver a vibração dos atletas, o sangue nos olhos, a ansiedade de cada um.

Essa energia da paixão é o que faz o time feminino de vôlei partir pra cima das adversárias, as duplas do vôlei de praia gritar mais, o povo do judô, da natação, do atletismo, todo mundo se esforçar ao máximo. É realmente um combustível e tanto.

Esta noite, as meninas do handebol venceram a Coréia do Sul por 33 a 32. Elas lideraram a partida toda, mas as sul-coreanas conseguiram empatar. No último segundo, no único instante que restava para a equipe brasileira se manter na competição, a paixão falou bem alto e elas marcaram um gol. Foi um daqueles momentos eletrizantes do esporte que brasileiro adora.

Mas tem um problema – SEMPRE tem um problema. Uma pessoa cegamente apaixonada pode, de uma hora pra outra, tornar-se uma pessoa totalmente frustrada. Quanto mais energia a paixão carrega, maior pode ser o tombo.

Isso ficou claro na clássica derrota do vôlei feminino para a Rússia em 2004. As brasileiras venciam por 2 sets a 1 e estavam pra fechar o jogo, mas a falta de concentração matou o quarto set. No tie break, as russas vinham com a moral de terem segurado a onda e conseguiram ganhar o jogo. A frustração das brasileiras foi tão grande, tão forte, que elas não ofereceram nenhuma resistência às cubanas na disputa pelo bronze.

E nós estamos tão acostumados a ver nossos atletas agirem desta forma, meio 8 ou 80, que nem sabemos o que dizer. O interessante é ver como reagem os brasileiros quando a atitude do atleta é diferente disso.

A judoca Ketleyn Quadros ganhou um bronze ao vir da repescagem. Ela já tinha perdido uma luta e foi brigar pelo terceiro lugar. Brigou muito e levou. Mas quem disse que ela gritou, pulou, saiu correndo. Ela, no máximo, deu um sorrisinho e continuou firme, concentrada. Acabou apelidada de “mulher de gelo”.

Poxa, que injustiça com ela. Ketleyn fez aquilo que eu recomendaria para qualquer atleta: manteve-se concentrada, equilibrada. A mesma frieza que ela teve para enfrentar derrotas e conseguir dar a volta por cima foi aquela presente em sua comemoração.

Espero que os animados – e extremamente competentes – atletas do vôlei não se deixem abalar com perdas de set que eventualmente devem rolar e consigam manter a concentração até o final de cada partida, mesmo que isso signifique uma comemoração mais comedida. Pelo ouro, vale a pena.