24 agosto, 2007


Trilha sonora
Em 1997, dez anos atrás, eu estava de volta a São Paulo depois de u ano inteiro morando nos Estados Unidos, mais especificamente em Iowa. Pois é, não era Califórnia nem Nova York, nem mesmo Flórida, era Iowa. Mas tudo bem, eu pude viver uma vida beeem americana mesmo. Todos aqueles clichês que a gente vê em filme de adolescente, as cheerleaders bonitinhas, os meninos disputados do time de futebol - americano, claro - os nerds, punks, geeks e até o emos, que nem tinham uma classificação ainda.

Foi um ano da minha vida muito intenso, é claro. Tudo era novo, diferente, esquisito. A mais esquisita era eu, sem dúvida. Morena, com um sotaque estranho, convivendo com aquela galera brancona e desengonçada. Tinha muita gente legal demais, tinham alguns que prefiro ignorar. Entrei em tudo quanto era grupo que podia: natação, basquete, teatro, coral... eu estava em todas. Ganhei amigos memoráveis, que acabei perdendo contato, ams retomei alguns esse ano pelo MySpace, muito bom!

Esse clima de "ano sabático" que eu tive por lá sempre me volta à cabeça quando escuto Dave Matthews Band, que conheci lá. Virou uma das minhas bandas preferidas, adoro tudo que os caras fazem. Ouvir Dave Matthews é quase uma terapia de regressão aos 18 anos. Me lembra a primeira vez que eu fiquei bêbada (em Oklahoma, na virada do ano 96/97), me lembra as viagens com o coral e o teatro para Nova York e Nebraska, também me faz pensar na semana que passei no México com a turminha de 17 meninas da "nata" do colégio.

Fiquei na casa de uma das meninas mais populares da escola. Ela era uma cantora excepcional, nos demos muito bem. Domingo é aniversário dela. Engraçado é que mesmo tendo acesso, digamos, irrestrito à turma de populares, eu simplesmente não me encaixava, não me sentia bem com eles. ali eu descobri que não havia só aquela exclusão por parte dos superpops: a gente que não se encaixa também não dá abertura.

Me encontrei quando achei a turma do teatro. Sempre adorei isso, apesar de ser uma péssima atriz. Adoro o clima de paz e amor que reina nesses lugares. Todo mundo se aceitava do jeito que era, mesmo tendo lá suas diferenças. Claro que nem tudo era confete, tinha uma certa disputazinha de poder - afinal, estamos no EUA. Lá eu encontrei também uma turma de 15 melhores amigas. isso mesmo, quinze. E eram amissícimas mesmo. Claro que eram consideradas as geeks, super inteligentes e tal. Eu me encontrei nessa turma também, precisava de cabeças pensantes em vez daquelas cheerleaders que gritavam e pulavam sem parar.

Saudades dos States. Dos amigos de lá, da turma das meninas, do teatro. Vou ouvir Crash, do Dave Matthews, inteirinho hoje

Crash into me
You've got your ball, you've got your chain
tied to me tight tie me up again
who's got their clawsin you my friend
Into your heart I'll beat again
Sweet like candy to my soul
Sweet you rock and sweet you roll
Lost for you I'm so lost for you
You come crash into me
And I come into you I come into you... In a boys dream, In a boys dream
Touch your lips just so I know In your eyes, love, it glows so
I'm bare boned and crazy for you
When you come crash into me, baby
And I come into you... In a boys dream, In a boys dream
If I've gone overboard
Then I'm begging you to forgive me in my haste
When I'm holding you so, girl, close to me
Oh and you come crash into me, baby
And I come into you
Hike up your skirt a little more and show the world to me
Hike up your skirt a little more and show your world to me
In a boys dream.. In a boys dream
Oh I watch you there through the window
And I stare at you wear nothing but you wear it so well
tied up and twisted the way I'd like to be
For you, for me, come crash into me, baby

16 agosto, 2007

Meu desejo se confunde com a vontade de... nem sei

Ando tão à flor da pele
que qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar flor na janela me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele tem o fogo do juízo final

Um barco sem porto, sem rumo, sem vela,
Cavalo sem sela
Um bicho solto, um cão sem dono, um menino, um bandido
Às vezes me preservo noutras suicido

Oh sim eu estou tão cansada
Mas não pra dizer
Que não acredito mais em você...

Um barco sem porto, sem rumo, sem vela,
Cavalo sem sela
Um bicho solto, um cão sem dono, um menino, um bandido
Às vezes me preservo noutras suicido

05 agosto, 2007

Eu, em meu momento Charlie's Angels

Sempre disse pra todo mundo que não dava pra mexer no meu cabelo lisão. Ele é assim, liso. E não adianta fazer nada que ele continua liso...


Dá sim. ôôô se dá...
Depois é só lavar que Farrah Fawcett volta para os anos 70

03 agosto, 2007

Singelas homenagens

Reparei no nome de algumas das principais rodovias de São Paulo que são bem interessantes. Bandeirantes, por exemplo, é uma das principais rodovias. Raposo Tavares, Anhangüera, Fernão Dias... percebi que são todos nomes de bandeirantes. Faz algum sentido, se pensarmos que eles foram os desbravadores do interior, eles foram os que se aventuraram pela selva, abriram as primeiras trilhas que deram origem às atuais rotas.

Esses foram também os primeiros estupradores de índias genuinamente brasileiros (mesmo que algum fosse português, sei lá). Foram os primeiros saqueadores do ouro mineiro e grandes entusiastas da escravização indígena.

Enfim, pessoas dignas de serem homenageadas com nomes de estradas importantes e serem lembrados toda vez que vamos visitar algum parente no interior.

É mais ou menos como se o Bandido da Luz Vermelha virasse nome de praça. Então me vieram aqui alguns personagens do nosso tempo que não podem deixar de ter seu nominho de rua, parque, cidade ou outra coisa.

Parque Maníaco Francisco de Assis Pereira
O nome "Parque do Estado" não diz muita coisa sobre o lugar. Deveríamos colocar um nome que realmente traga à tona alguma história memorável. Nada melhor do que homenagear o motoboy que foi tão explorado pela mídia em 1998. O título de maníaco é indispensável, afinal todo mundo tem um título: desembargador, presidente, doutor. O dele é esse.

Teatro Chico Picadinho
Este agradável personagem retalhou uma bailarina na década de 60. Devia ganhar um teatro!

Centro recreativo Eugênio Chipkevitch
O pediatra pedófilo pego com fitas de vídeo onde ele aparecia abusando dos pacientes também não ficaria de fora.

Avenida Caveirão
Continuando a tradicional homenagem aos desbravadores.podíamos mudar o nome da avenida principal do complexo do Alemão para Caveirão, aquele carro forte que os policiais usam pra entrar no território dos traficantes. Afinal de contas, o Caveirão já teve que passar por cima de barreiras de concreto e pneus queimados, um verdadeiro desbravador.


POLÍTICOS: UM CAPÍTULO À PARTE

Aqui não existe mesmo nenhum santo, mas confesso que sempre me assombro com as homenagens políticas.

Centro Cultural Ernesto Geisel
O Espaço Pinacoteca, antigo DOPS, deveria homenagear aquele que foi o grande responsável pela fama do prédio nos tempos da ditadura.

Eclusa Luiz Carlos Mendonça de Barros
Só uma sugestão para o nome da eclusa na usina de Porto Primavera, rebatizada recentemente de Sérgio Motta. E já que é tudo tucano, bota lá.

Avenida Antonio Carlos Magalhães
Peraí, mas essa já existe! E verdade, na Bahia ninguém espera morrer pra prestar homenagens. Isso me faz ter certeza de que daqui a alguns anos teremos "Rua Jader Barbalho", "Aeroporto Marta Suplicy" (sábia sugestão, Leandro), "Viaduto José Dirceu".

Minhocão Paulo Maluf
Ah, esse é um clássico, precisa botar o nome do homem lá. Até pra acompanhar outras obras que misteriosamente aparecem com nomes como "Complexo Viário Maria Maluf" ou "Avenida Salim Farah Maluf". Não esquecer também do "Fura-fila Celso Pitta"

Banco Carequinha
A iniciativa privada poderia também colaborar com o nosso refresco de memória, botando o apelido mais famoso de Marcos Valério, o lobista-mor do mensalão, como nome de banco. Soa até bonitinho.

01 agosto, 2007

Caminhadas

Adoro sair andando pela cidade, de preferência por algum caminho novo. Quando eu era obrigada a fazer isso (por causa de uma dieta), buscava sempre pegar umas descidas, pra não parecer que fazia assim tanto esforço. Uma bobagem. Hoje eu vi uma subida e quase saí correndo por ela, queria subir bem rápido, queria suar. Se eu tivesse uns dez anos a menos acho que faria Parkour.

Hoje eu conheci o que é afinal a Vila Nova Conceição. Porque dali da avenida Santo Amaro não dá pra ter a menor noção daquele pedaço da cidade. Por quê todo mundo que tem grana muda pra lá? E os Jardins? E o Morumbi? Descobri que a Vila Nova Conceição virou um bairro cheio de prédios enormes, chiques e modernos, coisa que os Jardins já não têm mais. Fora que a Vila fica perto do restante da civilização, pertinho da Berrini, o centro empresarial chique da cidade, além de ter tudo por perto: supermercados, padarias, etc. Bem diferente do Morumbi, onde tudo é longe.

Andar pela cidade é uma experiência muito legal. É diferente de andar no parque, onde tá todo mundo passeando e há um silêncio específico do lugar. Na rua você convive com o movimento dos carros, os olhares das pessoas. No começo eu me sentia meio estranha, como se todos me olhassem porque havia algo de errado, mas eu não via o que poderia ser. Agora já não penso assim, acho que me olham porque eu estou bonita.

Ai, será? rs