03 novembro, 2003

"E o que você acha da Maria Rita?"
Breno

Rapaaaz... falei sobre o CD da Maria Rita no Imprensa Marrom há um mês, mas realmente não mencionei nada aqui. A mocinha é uma coisa bem engraçada. Faz uns dez anos que vi uma matéria da Capricho dizendo que tinha uma mocinha fazendo um estágio relâmpago na revista porque ela queria ser jornalista. Essa menina era Maria Rita. Todo mundo muda de idéia na vida, poxa. Tiveram também os anos que a mocinha passou fora do país e (bom pra ela) perdeu toda historinha dos irmãos na Trama.

Anyway, digamos que a mocinha resolveu mesmo que ia seguir a profissão da família. Foi uma coisa assim, meio que "Ah, vou ser cantora lá no Brasil mesmo, que aqui num tá tão legal". Aí voltou e montou o show. Nunca vi o show. Fiquei impressionada com a crítica positiva que ela recebeu. O Supremo cheio todas as noites (ok, são 80 lugares no máximo, não é assim uma lotação tão expressiva, but still).

Aí lança CD. Gravado e mixado em cerca de um mês, julho desse ano (ai, quanta pressa, gente... nem vou dizer que Rafael Vannucci tá tentando finalizar o dele até hoje, desde 1 ano atrás). Corre pra lançar no aniversário dela, porque o marketing é legal. Lançou e não deu preferência pra veículo nenhum. Resultado foi uma "blitz" impressa, com matérias da Maria Rita em todos os jornais no dia 10 de setembro (sim, ela é virginiana). Coisa raríssima hoje em dia. Pro 509-E eu consegui capa da lustrada, mas tive que sacrificar uma capa enorme do Diário de São Paulo, que se recusou a dar a notícia com mesmo destaque que a Folha. Com Maria Rita ninguém se incomodou em dividir. E não vi até agora alguém fazer uma crítica negativa. Não nos jornais e revistas.

Bruno, até este momento eu nunca tinha ouvido nem um "sussurrar" da moça, só li a respeito dela em tudo quanto foi canto. Aí ouvi "Festa" no rádio. Não deu pra julgar muito, porque na primeira frase eu gritei pro Walker: "Pelamordedeus! É A ELIS!!!" A primeira impressão foi essa mesmo.

A segunda e a terceira, e as outras também foram. Ela é igual à mãe. Ou pelo menos tenta. E nem tanto por ela ser assim, tem uma estrutura inteira empurrando e moldando a menina, querendo ou não, pra ser como a mãe. Claro que ela cansou de ver a Elis cantando e se inspirou e tal. Mas é como disse a Sonoe outro dia: "Dá pena. Daqui a pouco ela tá cantando arrastão e jogando os braços pra cima!"

Sonoe também reparou que tudo é quase uma crueldade com ela. A voz dela é bonita, mas não é tão grave como a da mãe, só que as músicas são do mesmo estilo da Elis (nem isso ela ousou mudar), a voz dela ficou mais grave, o que dá mais semelhança ainda. Maria Rita é a mina de outro dessa família, que não tinha saído muito do zero a zero até agora. Mas ela é só uma menina, como eu, insegura, um tanto crua e sem experiência, que tem muito pra crescer, que desafina em shows. Ela é humana.

Enfim, ganhei o CD e botei pra rodar. Ouvi atentamente, analizei escolhas de composições (numa entrevista ela disse que gostou tanto das letras do Marcelo Camelo que teria posto todas dele no CD, ia virar um "Maria Rita canta Marcelo Camelo"), até que resolvi fazer o almoço enquanto ouvia. Relaxei e percebi uma coisa nisso tudo.

Percebi que tinha uma parte que eu não levei em conta diante de todo o preconceito com qual lidei ali. Maria Rita é talentosa, e seu CD, sua voz, são gostosos de ouvir. É gostoso de cantar junto, de deixar rodando no CD player. Eu tive que tirar o chapéu, eleger minhas favoritas e dizer que, mesmo com todo o preconceito enraizado, o CD me conquistou.

Tem mais uma coisa nisso tudo que eu não gosto. A escolha das músicas, do estilo Elis, fizeram esse álbum ficar velho. Você ouve e se remete diretamente à época da mãe. Mesmo as composições recentes, elas possuem os mesmos arranjos que já ouvimos antes. O CD de Maria Rita lembra sempre algo que já vimos antes. Muitas vezes algo bom, por isso ele fica gostoso, mas ela fica presa nesse passado e na imagem de sua diva mãe. Ela e a família inteira. É isso que mata.

Nossa, falei demaaaais!!! E aí, Breno, convenci?

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