02 abril, 2003

Já não sinto nada
Eu não quero escolher nada, eu não sei que raios eu preciso saber o que eu tenho que fazer pra contribuir com que merda eu tenha pra contribuir e eu quero que se dane. E já nem me preocupo se alguém leu até aqui porque eu sou uma escritora chata e sem sentido, e não estou agora me preocupando com quem lê.
Socorro, alguém me dê um coração
Isso é mentira. Se eu não me preocupasse com quem lê eu não escreveria aqui, eu faria um diário, um caderno com cadeado. Eu me preocupo em ser divertida e engraçada, eu me preocupo com o que os outros querem de mim, e se posso corresponder à altura do que me pedem. Eu não quero me preocupar tanto assim com os outros.
Que esse já não bate nem apanha
A minha preocupação com os outros é diretamente proporcional com a despreocupação que tenho comigo mesma no momento. Não tenho prioridades, tenho dias, tenho horas livres, momentos de deitar na cama e olhar pro teto sem querer levantar. Me preocupei com depressão, mas logo isso saiu da cabeça. Estou mesmo carente de profundidade.
Por favor, uma emoção pequena
Não há diálogo que eu possa lidar no momento, não há motivo que eu queira falar com alguém a respeito de qualquer coisa que não sejam os desejos básicos do ser humano, como a música, o sexo, a comida. Não há razão nenhuma pra eu acabar esse texto, visto que ele é escrito pra mim, é o meu desabafo quanto aos mil pensamentos inconstantes que me chegam agora.
Qualquer coisa
Transparência da personalidade, vontade de ser sempre a mais honesta, mais sincera de todas, querer acreditar em verdades inventadas por mim mesma. Tá na hora de dizer que não é tão bom assim, não foi tão legal assim, não está tão bonito assim, não ficará tão perfeito assim. Não confio no meu próprio julgamento.
Qualquer coisa que se sinta
Não confio no que eu posso querer conquistar e depois não valorizar o que eu de repente hoje faço questão de ter. No fundo eu não quero ter de assumir fatos agora de atos que eu mesma realizo sem pensar, e não falo de nada específico. Falo no geral, deste momento inconsequente da minha vida. Eu não quero nem saber de julgar nada nem ninguém, nem a mim mesma. E se você é um desses leitores que vem até aqui, no fim do texto, pra saber a conclusão, saiba que ela foi dada em alguma parte aí de cima e não vou repetir aqui.
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva

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