17 dezembro, 2002

Fim de ano, fim de um namoro muito bonito, que deixou saudades e que me trouxe ótimas lembranças, mas que realmente acho que não deveria continuar, não era o caminho certo e preferi parar agora do que, mais pra frente, me arrepender de não ter sido sincera.
Enéas tá realmente chateado porque eu estou agindo de forma rude aos telefonemas, estou sendo muito grossa mesmo, coisa que eu nunca fui, mas havia começado a ser. Sinceramente, você entra aqui e lê tudo, então resolvi postar.
Eu nunca quis o seu mal, não quero te ver sofrer, por isso quero distância. Por mais que eu diga isso você continua insistindo. Acontece que o motivo da tua tristeza sou eu. Não adianta me ligar pra passar a tristeza, você tá ligando na fonte dela, em suma, você só vai ficar mais triste. Não quero você triste, eu adoro você. Quero que você continue a tua vida, porque eu não acabei com ela, não me responsabilize por isso. Ela está aí, inteira e só esperando você voltar pra te mostrar mil caminhos de saída dessa tristeza.
Por aqui eu sigo feliz. Me senti bem com a decisão, preferi assim. Não acho que te desrespeito se decidi me separar de você. Mas ao menos eu me respeito nessa decisão. A minha felicidade te entristece, mas não é assim que a cabeça tem que funcionar. Eu não tenho que ficar chorando por uma decisão que coube a mim. Hoje então eu te peço desculpas pelas falhas e te desejo um poema de Drummond que resume tudo o que queremos na vida.
Beijos

Desejo a você

Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

( Carlos Drummond de Andrade )
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