07 novembro, 2002

Conversas paralelas nos blogs do ND, passei no blig da e da Naty e me deparei com textos sobre a primeira vez...
Eu poderia fazer aqui o meu, mas depois de ver o da Naty e toda a semelhança que existe entre a gente (ela é minha irmã gêmea, total, não tem jeito, mineirinha...) resolvi fazer uma brincadeira com o texto dela aqui, adaptando para mim. Leiam lá o original depois. Aqui eu só mudei detalhes, pois a cabeça, a gente sabe, funciona do mesmo jeito.

eu deixei de ser virgem com exatos 14 aninhos (ou seja, quase 10 aninhos atrás), num mês de julho calorento, numa kitchennete muito digna (trash não dá, né? Era a casa dele...).


Eu tive mãe pra me orientar, mas não em tudo. E minhas primas muito mais aprenderam comigo do que o contrário. Minha mãe mal me ensinou, muito do mais-ou-menos, que um dia eu ia ficar menstruada (quando eu vi já era "mocinha"), e que sexo era muito bonito, mas que eu ainda era muito nova pra isso. realmente. eu tinha 10 aninhos quando ela me deu essa explicação muito didática. e eu sou a mais velha de quatro filhos, tudo começou em mim. resolvi me virar.

mesmo a essas alturas do século XXI, deve ter muita mocinha na mesma situação que eu estava nessa época... a sorte, no meu caso, foi que eu me virei, procurando informação em tudo quanto era lugar que eu podia, e comparando uma coisa com a outra. Não passei muito aperto com namorados que mais pareciam polvos, pois a minha hora chegou muito cedo, com o primeiro namorado de verdade.

e foi mais ou menos assim.

eu sempre achei que algumas coisas a gente já nasce sabendo. e nas minhas andanças meio limitadas pela idade, eu não tinha posto as mãos num exemplar do kama sutra. mas eu sabia que ia dar certo.

um dia eu achei esse mocinho. lindo, muito lindo. e ele morava na tal kitchennete-digna. e estudava em colégio público ao lado de casa, e desenhava como poucos que eu já vi, e era de uma delicadeza infinita... e também era virgem.

e nós tivemos a nossa hora juntos, numa kitch nos fundos da casa da vó, numas cinco-e-meia-da-tarde, e no final estava tocando "Because the Night".

me vesti correndo e porque chegaram dois amigos nossos de surpresa. tinha sentido uma dorzinha que não era nada perto daquilo tudo, era mais nervosismo. tinha usado camisinha. não tinha sangrado. quando eu cheguei em casa e olhei no espelho, o rosto que estava ali era outro, que não o que eu tinha até aquela tarde.

o mocinho foi meu primeiro amor, caso de seis anos, e já quis casar comigo, mas hoje já não falo com ele... e já faz muito tempo que a gente terminou. eu quis. mas a tal casa onde ficava a kitchennete existe até hoje, e eu a vejo sempre que passo no bairro da minha infância. E ele ainda está lá.

Um comentário:

Anônimo disse...

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