Angel wings
De madrugada, sozinha na varanda do 19º andar, diante de uma das mais privilegiadas vistas da cidade, comecei a delirar na vida.
Puxa. Eu reclamo demais da vida. Peço muito, quero muito. Quero tudo perfeito pra mim. Fico tentando fazer as coisas acontecerem do meu jeito, e isso geralmente afeta o curso natural das coisas, pra qualquer coisa que a gente queira.
É incrível ver como o destino trabalha. Quando deixo as coisas acontecerem ao acaso tudo parece se encaixar. Mesmo quando o resultado não é aquele que eu queria, ele dificilmente me parece errado. O destino sempre me surpreende. Talvez por isso seja difícil que eu tome uma decisão. Confio no destino, mas não tanto nos impulsos. Se avanço nos impulsos fico insegura. Mas nem sempre eles estão errados, também. Quando o impulso é certeiro, o prazer é infinitamente maior.
Nossa... o que uma varanda, um sereno e uma cabeça viajante podem fazer com uma pessoa! Pensei no meu passado, nas coisas que fiz, que faço. Sou muito satisfeita com minhas decisões e não há coisas que eu me arrependa. Só que naquela varanda, satisfeita comigo mesma, fiquei triste de lembrar dos dias deprês. Todo mundo tem dias deprês, eu também. Dias em que me pego pensando em coisas subjetivas, sem sentido, ou problemas simples da vida. Eles tomam dimensões enormes nas crises de deprê.
Abri um sorriso enorme para a selva de prédios na minha frente. Fiquei feliz de poder estar ali, enjoying the moment.
Angel wings, thank you for letting me have that experience. Those are the unforgiven moments in life.
02 fevereiro, 2003
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