16 março, 2004

Coisas que me tiram mesmo do sério

É até se repetir muito ficar criticando os adolecentes acéfalos, bitolados e sem cultura de hoje. E lá vamos nós dizer que eles não lêem, que não sabem escrever corretamente, que não se interessam pela cultura, que não frequentam museus, que lotam shows de rock, se entupindo de maconha, e não querem nada com a vida.

Caramba, eu tenho 25 anos. Chega de jogar pedra neles, que aqui meu telhado é de vidro. Eu curti muito os shows do Hollywood Rock, eu assisti muito Xou da Xuxa e TV Collosso quando era criança, eu fazia agenda, e faço blog. Então se for pra falar da juventude "de hoje", eu ainda me incluo.

Acontece que a coisa é sempre igual. O anterior era melhor, a gente brincava na rua, nossos pais é que eram felizes, pois podiam empinar pipa e rodar pião. É sempre tudo igual, a essência de ser criança, adolescente e adulto é sempre a mesma.

O que vai mudar é a cultura, os hábitos, as novidades e, principalmente, a educação.

Hoje no ônibus eu fiquei muito extremamente absurdamente enfurecida com uma senhora de SETENTA ANOS sentada ao meu lado. A mulher pega uma bala, põe na boca e tenta tacar o papel pela janela. É tão tapada que o papel cai no chão, do meu lado.

Fiquei possessa com a mulher! Que que ela pensa? Vai jogar o papel na rua e resolver o prblema? Não tem mais lixo? Que beleza!

Olhei bem pra ela e falei: "Escuta, pra quê isso? Bota na tua bolsa e joga no lixo! Não fica tacando na rua!

*Imaginem uma menina de 25 anos dando lição de moral na véia.

Aqui eu vi que, mesmo com toda a "acefalidade" que dizem fazer parte da cultura adolescente de hoje, mesmo que critiquem mil aspectos, algumas noções básicas, como a HIGIENE e o respeito ao espaço público têm crescido. E são os velhos acéfalos que insistem em jogar lixo pela janela do carro.

É claro que tem imbecil de todas as idades e classes sociais nessa terra, mas reparo como a cidade está muito mais limpa hoje do que quando eu era criança, e que a repugnante cena de alguém jogando lixo na rua é mais rara. E se eu tô perto, faço o imbecil passar vergonha, COM GOSTO!

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