04 abril, 2007

"Na grade"

A grade é a glória!
Isso se a gente está falando de show de rock, claro. Ir a um show de multidão e ficar lá na grade, na boca do palco, é mesmo coisa pra poucos. Poucos e loucos! Tem aqueles fãs enlouquecidos, que passaram a noite toda na fila pra entrar e ficar ali. Os que passaram o dia todo só na cerveja, suados e cheirando mal. Tem os histéricos, que vêm lá de trás atazanando até chegar no palco (mas estes não duram muito ali não). Eu costumava chegar no estádio no meio da tarde, ia parar na metade do caminho e contava o meu progresso até agrade pelos cabeçudos da multidão. Os cabeçudos deviam ser proibidos de ficar na frente! É uma injustiça com os baixinhos.

Hum, deixa eu ver... o primeiro show que eu consigo lembrar de ter ido, destes com multidão, palco ao ar livre e tal, acho que foi um evento no Parque do Carmo. Sei lá do que era o evento, mas era para o público infantil e minha mãe era da organização. Ela me botou no meio de uma criançada com camisetas combinadas e eu subi lá no palco. Nem sei o que eu fui fazer, eu devia ter uns sete anos, mas o primeiro show de multidão que eu fui, eu participei :-)

Mas os mais legais foram, sem dúvida, os Hollywood Rocks dos anos 90. Fui em vários! Fico até pensando que estes festivais não deviam custar nem um terço do preço do ingresso de hoje, porque eu ia sem hesitar, minha mãe bancava sem reclamar e tal. No primeiro festival, meu tio nos levou (ordens da mamãe, mesmo ela sabendo que ele era o tio mais porra-louca que eu tinha, mas pelo menos era tio). O primeiro que eu fui foi logo o melhor de todos, em 1993. Alice in Chains, L7, Nirvana, Red Hot Chilli Peppers, além de brasileiros. Inclusive, foi a única vez em que eu fui com os amigos até o hotel dos caras, no caso o Maksoud Plaza. Vi o Anthony Kiedis de pertinho, dentro do carro (desesperado com a gritaria). No meio dos shows eu me perdi do tio, dos amigos, de todo mundo, porque queria chegar na grade. Fiquei a quatro metros do Kurt Cobain, enlouquecido e quebrando os instrumentos. Deve ter sido o pior show da história do Nirvana. No meio da galera eu encontrei um amigo que nem tinha ido com a gente.

O de 94 foi mais brasileiro. Apesar da Whitney Houston, eu fui lá mesmo pra ver o Jorge Benjor. Tanto que no show da Whitney eu até saí da grade. No dia do Aerosmith também foi muito bom.

Já em 95 o show dos Rolling Stones foi inesquecível. Claro que esse último, de Copacabana, foi muito bom, mas lá atrás eu já tinha visto o Mick Jagger a três metros de mim. E nem era um show tão cheio, foi comparado ao do INXS em 94, que com alguns pulos maiores a gente já chegava logo na 'apoteose'. Em 96 eu devo ter visto The Cure e Black Crowes, mas eu sinceramente não me lembro...

Teve também uns Monsters of Rock, lembro de ter visto o Alice Cooper. Os Free Jazz do final da década também foram ótimos.Fui no Dave Matthews Band em 98, uma das minhas bandas de cabeceira.

Esses eu perdi
Depois de uns anos, eu parei de ir em shows. Acho que foi uma junção de ter crescido um pouco com o fato de agora eu ter que pagar, e não mais a mamma. O que eu perdi e me mato até hoje por isso foi o Rush em 2002. Como eu pude não ir!!!!! Pago penitências todo dia.

Perdi também o Jamiroquai e a Erikah Badu no Free Jazz de 97, mas a procura foi grande demais! Os ingressos se esgotaram no primeiro dia de vendas. Assisti de casa, pulando na sala.

U2 já veio em 98 e este ano... e eu ainda não fui ver.
Chemical Brothers em 99... perdi, perdi...

O Rock in Rio 3 trouxe Dave Matthews de novo. Cheguei a ir ao aeroporto, disposta a encarar a viagem de última hora, mas havia um caos semelhante aos atuais para embarcar.

Agora quero mais
Acho que entrei na fase dos shows "de adultos". Fui ver Roger Waters mês passado no Morumbi, mas a cena era completamente outra: nada daquela multidão de adolescentes insandecidas grudadas na grade, nem os rapazes sem camisa cheirando a cerveja. Tinha 45 mil pessoas lá dentro, sentadas e prontas pra ver um show assim, mais introspectivo. Muita fila, mas nenhum tumulto. A grade até perdeu um pouco da graça, nem fui lá. O show foi muito bom e tranquilo, com direito a porco voador.

O próximo é Jethro Tull!

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