24 janeiro, 2008

De manhã

O dia ainda estava escuro quando ele se livrou das cobertas. A preguiça era a de sempre, já estava acostumado, o que não dava era pra ficar ali esperando ela ir embora. Ouvia alguns passarinhos teimosos, tentando viver nas pobres árvores do centro da cidade. Queria ser um gato agora, daqueles que não levantam nem com parada gay. O banheiro estava tão longe, uns cinco passos de distância. Será que pegou a escova de dentes certa? Sei lá. Não tá na hora de pensar nisso, tá cedo demais. Hum, blusa azul, nem a pau. Pegou uma calça social e a blusa listrada. Homem não tem tanta escolha assim. Ou tem? Claro que tem, né? Mas e essa preguiça aí? Tomou um banho "pra constar". Mas putz... se você se deu ao trabalho de tirar as roupas e entrar no chuveiro, vá até o final, caramba. Que seja. Dá tempo pra um café? Dá nada. Mas ele toma café de qualquer jeito, não quer nem saber. Que me esperem, não vou sair com fome. As fotos ainda estão voltadas pra baixo. E você tinha que me lembrar? Tô aqui, tentando viver a vida normalmente... É, como se isso fosse vida.

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