29 novembro, 2007

Diário de viagem

1º Dia - Acampar em Ilha Grande - não fosse a chuva...
Acordamos cedo, lá pelas 7 da manhã. Tudo pronto, embalado, arrumado. Entramos no carro e dá-lhe Via Dutra. De manhã eu não tenho condições de ficar acordada, dormi umas duas horas. Peguei o volante mais tarde e chegamos em Angra dos Reis na hora do almoço. Aquela chuvinha incessante, nuvens e neblina nos desanimando a pegar o barco e a gente lá, insistindo...

Chegamos, fomos direto pro camping, montamos acampamento, entramos na nossa unidade habitacional. Era sete horas da noite. Só saímos de lá de dentro doze horas depois. A barraca parecia derreter com a chuva que caía. No meio da noite eu estava me sentindo em pleno “Dia depois de amanhã”, quando os carinhas estavam numa barraca que tremia inteira no meio de uma tempestade de neve.


2º Dia – Aqui não fico nem mais uma hora!
No dia seguinte, vimos que não havia condições de ficar. Não estávamos nem preparados para uma frente fria tão dura em pleno feriado. Resolvemos levantar acampamento e o namorado propôs: “Vamos atrás do sol?” Que beleza, resolvemos rumar para o norte atrás do sol. Este seria um feriado passado dentro do carro, mais precisamente na BR 101.

Uma tristeza saber que quase tudo que a gente tinha estava inserido nas categorias “encharcado”, “meio molhado” e “úmido”. Paramos no Rio de Janeiro apenas pra almoçar na Feira de São Cristóvão. Que coisa... passar no Rio tão rápido que nem as praias da zona sul deu pra ver.

Acabei dormindo no carro e, quando me dei conta, estávamos em Rio das Ostras. Ficamos por ali, demos uma volta pela praia, achamos uma pousadinha legal e eu fiquei feliz de poder estender toda a roupa molhada no quintal.

3º Dia – Búzios... e a chuva vem correndo atrás de nós
Que desespero! Isso foi a viagem inteira: a gente dirigia um pouco, encontrava o sol, ficava feliz, parava pra tomar café e lá vinha a chuva!

Acordamos em Rio das Ostras e fomos passar o dia em Búzios. Escolhemos a escuna errada... um “Claudinho e Buchecha” insuportável no som... passamos ao lado de uma que tocava eletrônica, fiquei toda arrependida. Mas foi muito legal. Aquele mormaço queimando a pele sem a gente notar, o namorado pulou na água gelada... que pessoa corajosa! rs

Um peixe, chuvinha e muitas paisagens lindas depois, voltamos a Rio das Ostras e resolvemos pegar de novo a estrada. Eu queria botar o pezinho no Espírito Santo! Nunca tinha ido pra lá... Acabamos dormindo em Campos, num motel até que bem bom.

Descobrimos que o melhor custo-benefício numa viagem dessas é dormir em motéis. Eles são mais baratos que os hotéis e mais confortáveis que os campings. E sempre tem um filminho legal na TV...

4º Dia – Vá à praia dos Castelhanos!!!
Estávamos a apenas duas horas da divisa com o Espírito Santo – e pensar que eu enchia o saco quando a viagem demorava longuíssimas duas horas antigamente. A chuva insistia em nos acompanhar. Até chegarmos em... Iconha! É uma dessas cidadezinhas que surgem no meio da rodovia, ou melhor, com a BR 101 no meio dela. O tráfego de caminhões em Iconha é digno da Marginal Tietê!

A gente estava indo a Guarapari, mas soubemos de umas praias logo ali perto, em Anchieta, cidade do beato esquecido pelos doentes em busca de milagres (Gente! Peçam milagres ao Zé de Anchieta! O povo esqueceu dele, o cara nunca que vira santo por causa disso!).

Encontramos a Praia dos Castelhanos. Água esverdeada, areia firme e macia, pedras na beirada da praia... uma das coisas mais lindas que eu já vi. Ficamos por ali um tempo, almoçamos, andamos, tomamos uma ducha pra tirar o sal e rumamos a Guarapari, a praia dos mineiros.

Numa boa? Parece o Guarujá. Uma hora andando pela cidade e me deu siricotico: quero conhecer Vitória. Saí dirigindo com o namorado dormindo mesmo até a capital.

Eeeee! Tô em Vitória!!!

Dormimos num motel bem legal, mas ficava meio distante do centro, o que a gente nem fazia idéia de que poderia ser um problema...

5º Dia – VITÓRIA!!! Vitória??? De carro???
Pois é. Acordamos na capital do Espírito Santo! E eu toda empolgada, nunca tinha ido lá! Até que passei a me sentir em casa diante do trânsito monstro que a gente enfrentou pra chegar no centro.

Que triste... a cidade tem pontos turísticos bonitos, mas simplesmente mal cuidados. Casas grudadas em capelas de 1500, construções reformadas sem critério, má conservação... deu dó daquele centro histórico.

Passamos no shopping que o namorado fez o cálculo de uma estrutura (sim, o rapaz é engenheiro). Ta lá! Não caiu! rsss

Pegamos logo a estrada, pois não dá pra passar semanas viajando: temos dois dias pra percorrer o que fizemos em quatro. Foi o dia inteiro pra ir de Vitória a Niterói numa tacada só. Haja disposição! Chegamos no Rio quebrados. Hotel – motel com café da manhã reforçado.

6º Dia – Na casa da tia em Niterói!
Visitamos o museu de arte contemporânea (sim, aquele do Niemeyer). Muito legal, especialmente quando tem um bom engenheiro arquiteto explicando tudo pra mim! Fomos à casa da tia dele e passamos o dia a conversar. Niterói é uma cidade interessante. Tem a tal vista “espetacular”, tem praia oceânicas que os cariocas não contam pra ninguém, justamente por serem as melhores, tem forte, pára-quedas, museu chique... e continua com clima de cidade do interior.

Já pegamos a estrada de novo, rumo a Pindamonhangaba, nossa parada seguinte. Jantamos em Penedo, cidade no pé da serra do Rio, colônia finlandesa. Segundo o namorado, não dava pra passar mais do que algumas horas ali, pois ele já estava se sentindo num imenso Lego...

Chegamos em Pinda perto de onze da noite. Achei que dava tempo de irmos até Campos do Jordão dar uma volta. E foi aí o meu grande erro.

Parados pela polícia
A situação não poderia estar pior: os dois com carteira vencida, sem o documento do carro, com o pára-brisa rachado e uma lanterna de freio queimada. Não conseguimos sair de lá até quatro da manhã, quando um amigo nosso se deslocou até lá pra nos resgatar


Dormimos no melhor motel da viagem, em Pinda mesmo. O lugar nem mesmo parecia ser motel, tinha decoração clean e super moderna. Adorei! Deu vontade de voltar.

7º Dia – Em Sampa, finalmente!
Passamos o dia resolvendo pepinos do namorado em Pinda – ou não, acho que ele não descobriu quais eram os pepinos, não resolveu nenhum. Pegamos a estrada já meio ansiosos pra chegar em casa.

Largamos as tralhas todas na casa dele e saímos correndo. Era dia de trabalho e já estávamos mais que atrasados. Só consegui chegar em casa umas 20h. Que saudade dos meus gatos...

3 comentários:

Anônimo disse...

uauuuuu
até cansei lendo toda essa aventura....poderia ter colocado umas fotinhus neh, para podermos nos deliciar com as imagens lindas por de traz de toda a chuva...rsrs
Adorei o jeito que vc escreve!
bjaumzaumzaumzaumzaum
Abel

Marcos Gois disse...

Vou concordar com o comentário do abel, fotinhas ajudariam a entender melhor essa extensa viagem. Mas, de todo jeito, muito louco o post! Deu vontade de fazer um trajeto desses. rss

Roberta Esposa 2010 disse...

Adorei o texto, a aventura, tudo.
Cheguei aqui por acaso. Estou pesquisando sobre o estado da BR101e quanto custa ir do RJ à Vitória de carro (prefiro) para tentar convencer meu noivo a não ir de avião visitar amigos.
Com certeza fotos só vão melhorar ainda mais seu texto, e também matar nossa curiosidade sobre os lugares e a aventura.
Aproveito para pedir alguma dica (se tiver) para eu poder viajar de carro, acho uma delícia...
Beijos e feliz 2008!!!!