11 junho, 2003



Texto no Imprensa Marrom

Tem horas na vida que a gente se pega pensando se escolheu os caminhos certos. Tem gente que faz isso no vestibular, e fica histérico pra decidir que profissão seguir. Tem gente que chega na faculdade e desiste, vai pra outra. Tem quem mude de rumo 30 anos depois. Pra mim, o momento foi agora.

Até o 3º colegial eu não fazia idéia de que faculdade fazer. Pra ser sincera eu nem pensava nisso, e nunca ninguém me perguntou o que eu queria ser quando crescesse. Eu provavelmente responderia "Eu?? Crescer???". Mas ser jornalista foi um caminho até besta de tão natural. No cursinho eu sabia e não tive crises pré-provas, nem me liguei que eu poderia não ter passado em nenhuma faculdade e ter de fazer mais um ano de cursinho, mas ainda bem que passei. E na faculdade tudo pareceu simples. Me dei bem com os esquemas da profissão, gostei das escolhas que fiz.

Mas hoje, formada, caiu na minha cabeça 24 anos de dúvidas antes nem descobertas. Me vi com uma etapa cumprida e senti como se eu tivesse terminado tudo que eu tinha pra fazer aqui, que já podia ir embora. Me senti livre, uma liberdade angustiante de não saber se eu sirvo pra alguma coisa, se meu trabalho faz diferença. Me faltou objetivo, me faltou uma meta.

Depois de chorar, e chorar tanto que todo mundo me olhava e não me reconhecia mais, eu entendi que sou jornalista sim, sempre fui e adoro fazer isso. Eu tô pronta pra enfrentar a profissão de frente, e não é fácil, o primeiro round ela ganhou. Mas eu tô feliz de acreditar de novo que escolhi um caminho certo pra mim. Mesmo apesar de tudo o que eu disse lá no Imprensa Marrom.

God help us all

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